O setor de provedores de internet tem sido alvo de uma preocupante onda de ameaças e intimidações por parte de grupos criminosos organizados no Rio de Janeiro e em estados do Nordeste, segundo denúncia veiculada pelo G1.
De acordo com relatos, pequenos provedores estão sendo coagidos a abandonar áreas de atuação, sendo forçados a entregar suas operações para empresas supostamente ligadas a facções criminosas. A estratégia dessas organizações é ampliar o controle territorial também sobre a infraestrutura digital, o que representa uma nova e perigosa frente de atuação dessas quadrilhas.
Empresários do setor relatam pressão crescente, com ameaças diretas, imposição de “taxas” e até uso da força para dominar regiões onde o serviço de internet é essencial — especialmente em comunidades e áreas periféricas, onde a atuação do Estado já é fragilizada.
A situação tem chamado atenção de autoridades e associações do setor, que alertam para os riscos não apenas econômicos, mas também para a segurança de dados e da liberdade de informação nas regiões afetadas. O caso escancara um novo tipo de domínio: o digital, onde a internet — antes símbolo de liberdade — pode passar a ser controlada por organizações criminosas.
Ainda não há informações sobre ações concretas de enfrentamento coordenado por parte dos governos estaduais, mas cresce a expectativa por medidas federais mais firmes, com articulação entre Anatel, Polícia Federal e órgãos de segurança estaduais para proteger os provedores legítimos e o direito da população ao acesso livre e seguro à internet.
